A humildade é a graça de que nós precisamos para voltar ao coração do Pai! Peçamos a esse Pai misericordioso que nos conceda a graça de um coração arrependido.
“Pai, pequei contra Deus e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho” (Lucas 15, 21).
Amados irmãos e irmãs em Nosso Senhor e Salvador Jesus
Cristo, nós hoje temos a graça de partilhar a Parábola do Filho Pródigo.
Na verdade, eu gosto mais de olhar essa parábola a partir do pai,
porque, na verdade, o grande pródigo é mesmo o pai: é ele quem esbanja
amor, misericórdia, bondade e doçura.
O filho, que morava com o pai, reclama a sua parte na
herança. E como podemos entender a herança que o filho pede ao pai? É o
desejo de liberdade. É como se ele dissesse: “Pai, permita-me fazer o
que eu quero, permita-me ser como os outros, permita-me ir para o mundo,
viver o que eu tenho vontade de viver e fazer!”.
O grito que bateu no coração daquele filho é o grito que, muitas
vezes, bate também no coração de cada um de nós: o desejo e o anseio
pela autonomia, pela liberdade e, muitas vezes, até a vontade de viver o
que o mundo vive. Muita gente que é de Deus, algumas vezes, se cansa de
ser diferente; às vezes, sente a tentação de que é preciso viver no
mundo como todos vivem. Nós não somos melhores do que ninguém, mas
estamos na casa do Pai!
É o mundo largo, com propostas, tentações e aberturas,
ao qual, muitas vezes, sucumbimos com um tremendo chamado dentro de nós.
Quantos filhos estão longe dos seus pais; quantos maridos vivem a
experiência de ser pródigos, deixam seus filhos, sua esposa e vão viver
no mundo como querem.
Eu, muitas vezes, digo: temos que fazer de tudo para
manter os nossos ao nosso lado. Mas chega um tempo em que, muitas vezes,
é preciso deixá-los e lhes dar aquela mesma liberdade que o pai deu
para o filho. É verdade que nem todo filho pródigo volta, pois muitos
filhos partiram para longe da casa de Deus e não voltaram. É óbvio que o
coração do Pai está aberto e sempre espera que o filho volte.
Se nós fizemos a experiência de ir para longe dos
braços e do colo de Deus, que bom que voltamos! É importante pedirmos a
graça de Deus para permanecermos firmes, mas se nós estivermos longe do
Senhor será preciso pedir a graça d’Ele para voltar ao Seu coração. E
aqui “voltar” não significa somente voltar a frequentar a igreja. Nesta
passagem bíblica, a primeira coisa que o filho pediu ao pai foi perdão,
foi um reconhecimento sincero de que ele fraquejou, que ele desperdiçou,
que ele mesmo colocou a sua vida em risco. Ele mesmo diz: “Pai, pequei contra Deus e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho” (Lucas 15, 21).
A humildade é a graça de que nós precisamos para voltar
ao coração do Pai! Peçamos a esse Pai misericordioso que nos conceda,
neste tempo da graça chamado “Quaresma”, a graça de um coração
arrependido, sincero, humilde para que sejamos novamente acolhidos nos
braços d’Ele.
Deus abençoe você!
Fonte:http://homilia.cancaonova.com/homilia/a-humildade-nos-aproxima-do-coracao-do-pai/
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